Pedra do Ponto e serra do barata.
Hoje virei com um tema bastante importante no que se refere a radiodifusão e ao meio ambiente, trata-se do relevo do Rio de Janeiro e das áreas de sombras por ele causado. Como vocês já sabem, o relevo do Rio é cheio de morros e montanhas, diante disso o sinal vindo do Sumaŕe se perde facilmente e não chega a todos os lugares. Por conta disso, em meados da década de 70, as emissoras criaram o parque de repetição de sinal do Mendanha, porém este é insuficiente para cobrir toda a região e a montanha onde fica este parque é relativamente baixa.
Parque de Repetição do Mendanha.
Para resolver parcialmente o problema, em meados da década de 80 , as emissoras criaram os parques de repetição da Muzema(perto da Barra) e da igreja Nossa Senhora da Peña, porém ainda sim não cobrem toda região de Jacarepaguá, Barra e Recreio. Isso sem contar as regiões de Sepetiba, Pedra de Guaratiba, Guaratiba e Barra de Guaratiba que não possuem repetidoras e cujo o sinal do Sumaré e nem destas repetidoras citadas chegam.
Parque de transmissão do Sumaré.
       Em termos técnicos isso acontece porque, tanto o sinal  de VHF como de  UHF são direcionais, ou seja, seu alcance está restrito a visão humana  onde tendo um obstaculo o sinal se perde ou perde boa parte da sua  intensidade. É por conta disso que emissoras de radio, TV e operadoras  de celular são obrigadas a instalarem repetidores de sinal, pois os  sinais de ambas as faixas se perdem facilmente com os obstáculos,  criando várias áreas de sombras.
     Uma outra questão também a  ser considerada também é com relação a localização das reṕetidoras e  mesmo das geradoras. Quando o Parque de Transmissão do Sumaŕe foi criado  na década de 50 não foi levado em consideração por parte das emissoras e  do governo que a cidade ia crescer em direção as Zonas Leste( Barra,  Recreio e Jacarepaguá) e Oeste. O mesmo problema se repetiu quando da  escolha do Mendanha e dos outros lugares citados, não se considerou que  regiões como Santa Cruz, Guaratiba, Sepetiba e etc fossem crescer e se  tornarem densamente povoadas. Na época em que estes parques de repetição  foram criados, boa parte destas regiões eram, em grande parte,  verdadeiros vazios demográficos e na cabeça das emissoras e do governo  não passaram ideia de que todo aquele quadro que viam nas décadas de 70 e  80 iria mudar drasticamente. Hoje nos dias atuais eles percebem o  quanto erraram.
Parque de transmissão do Morim em Petrópolis.
      Parque de repetição da igreja Nossa Senhora da Peña em Jacarepaguá.
        Para resolver o problema em 75% , eu proponho duas novas soluções do  ponto de vista tecnico e logístico. Um deles seria expandir o Parque de  Transmissão do Morim em Petrópolis, que por ser um ponto extremamente  alto cobriria uma grande quantidade de lugares com áreas de sombra, como  na Baixada Fluminense, Zona Oeste e outras.Mas ainda sim não seria uma  solução totalmente boa, pois o Morim é de difícil acesso e não cobre  áreas como Pedra de Guaratiba, Sepetiba, e regiões próximas. Para  resolver  este problema, proponho criar não um parque de repetição, mas  de transmissão na Serra do Barata, mas precisamente na localidade da  Pedra do Ponto. Este local fica localizado no Parque Estadual da Pedra  Branca e seus principais acessos são por Bangu e Realengo, na localidade  do Barata que dá nome a serra citada.
    Deste local se tem uma  vista privilegiada da cidade incluindo a Barra, toda Jacarepaguá, Campo  Grande, Santa Cruz, Guaratiba, Pedra de Guaratiba, Itaguaí,parte de  Grumaŕi e Barra de Guaratiba. Para se ter uma ideia do quanto este morro  é alto, ele pode ser visto do aeroporto Tom Jobim ou mesmo de São  Gonçalo. E ainda tem mais um detalhe, ele é de fácil acesso e possuem  estradas de terras feitas pela Light na época da construção das torres  de energia elétrica que poderiam ser reconstruídas, reaproveitadas e  expandidas até cume. E ainda tem mais outro detalhe: toda sua extensão é  de grama e pastagem, o que facilitaria uma possível abertura da estrada  já que não se derrubariam árvores e nem se bateria de frente com  ambientalistas. E ainda possui acesso por asfalto através de ruas de uma  loteamento ao lado. Ou seja, é um local excelente e que não é  aproveitado.
      E por que fazer dali um parque de transmissão e  não apenas de repetição? Por vários motivos. Um deles é sua altura, por  ser um local alto e de fácil acesso o sinal das emissoras chegariam com  facilidade nas áreas de sombra bastando com isso colocar potencia  equivalente a que é usada no Sumaré, o segundo motivo é que muitas  emissoras estão se instalando na Barra da Tijuca e Jacarepaguá e por  conta disso é muito mais facil transmitir o sinal de link para Pedra do  Ponto do que mandar por satélite ou fibra ótica para outros locais como é  feito hoje. Em exemplo disso é a Globo, Record e Boas Novas que tem que  ficar transmitindo seus sinais por satélites, fibras óticas para o   Jardim Botânico, Benfica ou Sumaré. Com a Pedra do Ponto os custos de  linkagem caem consideravelmente. A outra é que o Sumaré está saturado e o  Ibama e  ICMBIO( que administra o Parque Nacional da Tijuca, onde está o  Sumaré) não estão liberando autorização para instalação de torres e  antenas mesmo nas torres existentes, tanto é que por conta disso a CNT  até agora não conseguiu colocar sua antena digital, a Rede TV! não  consegue expandir seu sistema irradiante digital e emissoras novas como a  Senado e Kiss Fm não conseguem entrar no ar.
Com a criação do  parque de transmissão da Pedra do Ponto tal problema estaria resolvido,  já que uma vez criado, todas as novas geradoras de rádio e tv seriam  incentivadas a se instalarem  lá ao invés do Sumaré que se encontra  saturado. Para se ter uma ideia, tanto os ambientalistas como o pessoal  do Ibama e do ICMBIO gostariam de desativar  o Sumaré, desmontado as  torres e expulsando as emissoras de lá e só não o fazem porque isso é  quase impossível do ponto de vista técnico,logístico e politico, pois  sem aquele parque o sinal obviamente não chegaria a casas das pessoas.
      E ainda tem mais, em conversas que tive com ambientalista, eles apoiam a  construção de uma parque de transmissão na Pedra do Ponto justamente  porque impacto ambiental provocado pela sua construção e operação seria  pequeno, já que não haveria a necessidade de derrubadas de árvores e as  construções não ocupariam um espaço muito grande. E ainda tem mais outro  detalhe, tal local pode ser usado pelo INEA(órgão estadual de meio  ambiente e que faz a mesma coisa do Ibama e do ICMBIO) para fiscalização  de desmatamentos e queimadas muito comuns naquela região assim como  para cálculos de velocidade dos ventos e clima da cidade do Rio, por  institutos de pesquisa do clima e do meio ambiente.
     O único  entrave para sua construção ali é justamente o INEA que administra  porcamente o local que ao mesmo tempo em que proíbe qualquer coisa de  baixo impacto ambiental, porém  faz vista grossa a grilagem de terras no  parque, mas precisamente Jacarepaguá, Barra de Guaratiba e Vargem  Grande. Vale lembrar que a grilagem é muito pior que a  favelização,  pois quem invade não irá para morar no local, mas sim  ganhar dinheiro  as custas de terras alheias, configurando num roubo pior do que roubo a  banco. São verdadeira quadrilhas que agem dentro do parque e o INEA nada  faz. O que se constrói ali não são casas humildes, mas mansões, o que  torna a situação ainda mais absurda e faz com que a favela  perca o seu  ar ilegal, já que existe algo muito pior do que ela.
   Falo isso,  pois tenho relatos de pessoas que frequentam estes locais e já me  relataram isso assim como falaram que este ineficiente órgão estadual  barra qualquer coisa de menor potencial ambiental como caminha dentro do  parque. Logo não teriam moral para embarrar tal projeto proposto neste  texto.
    Voltando ao assunto, com a construção do Parque de  Transmissão da Pedra do Ponto, emissoras, governo, e universidades só  teriam a ganhar. Isso por que no caso das emissoras, elas desativariam  vários parques de repetição trocando apenas por um ou dois, economizando  energia elétrica, sinal de linkagem e com manutenção e ainda tem o fato  de que um dia virem a se instalar na Zona Oeste ou leste poderão  transmitir o sinal diretamente para lá. No caso das universidades  ganharia-se uma campo de pesquisa para se estudar ventos, climas,  telecomunicações e para o governo em fiscalização contra queimadas,  grilagens e desmatamentos. E para população, o sinal das emissoras  chegaria limpo em sua casas e receptores. Ou seja se resolveria vários  problemas numa cajadada  só. Pensem nisso! só!
     Crédito das fotos: Jeremias Freitas, blog Pro Realengo e Jesse.
            	
                                	       
                                
        		            






4 comentários
Pular para o formulário de comentário
Como disse lá no TVs do RJ, parabéns pela matéria!
Primeiro > Parabens pela materia !! Segundo > Eu jah tinha relatado isso antes num forum que diz sobre tv digital, que aquela cadeira de morros atras do Projac seria ideal como reforco de sinal das emissoras de tv. E que por essa materia, mostra entao o que vinha dizendo.
Terceiro > seria legal mandar essa materia pra ANATEL e Ministerio Das Comunicacoes,jah que tem agora esse tal projeto da torre unica pras emissoras !!
Muito bem proposto, basta agora as autoridades e os órgãos competentes deixarem de ser incompetentes e porem a mão na massa para resolver este problema que é o sinal de RF no Rio de Janeiro.
Bastam as emissoras juntamente com o governo tornarem isso a vir a tona o mais breve possível! Toda a Zona Oeste agradeceria!!!